História

Pará: descubra e encante-se

História

O Forte do Presépio, fundado em 1616 pelos portugueses, deu origem a Belém, mas a ocupação do território foi desde cedo marcada por incursões de Neerlandeses e Ingleses em busca de especiarias. Daí a necessidade dos portugueses de fortificar a área.

No século XVII, a região, integrada à capitania do Maranhão, conheceu a prosperidade com a lavoura e a pecuária. Em 1751, com a expansão para o oeste, cria-se o estado do Grão-Pará, que abrigará também a capitania de São José do Rio Negro (hoje o estado do Amazonas).

Em 1821, a Revolução Constitucionalista do Porto (Portugal) foi apoiada pelos paraenses, mas o levante acabou reprimido. Em 1823, o Pará decidiu unir-se ao Brasil independente, do qual estivera separado no período colonial, reportando-se diretamente a Lisboa. No entanto, as lutas políticas continuaram. A mais importante delas, a Cabanagem (1835), chegou a decretar a independência da província do Pará. Este foi, juntamente com a Revolução Farroupilha, no Rio Grande do Sul, o único levante do período regencial onde o poder foi tomado, sendo que a Cabanagem foi a única revolta liderada pelas camadas populares.

A economia cresceu rapidamente no século XIX e início do século XX com a exploração da borracha, pela extração do látex, época esta que ficou conhecida como Belle Époque, marcada pelos traços artísticos da Art Nouveau. Nesse período a Amazônia experimentou dois ciclos econômicos distintos com a exploração da mesma borracha.

Estes dois ciclos (principalmente o primeiro) deram não só a Belém, mas também a Manaus (Amazonas), um momento áureo no que diz respeito à urbanização e embelezamento destas cidades. A construção do Teatro da Paz (Belém) e do Teatro Amazonas (Manaus) são exemplos da riqueza que esse período marcou na história da Amazônia.

O então intendente Antônio Lemos foi o principal personagem da transformação urbanística que Belém sofreu, onde chegou a ser conhecida como Paris N’América (como referência à influência da urbanização que Paris sofrera na época, que serviu de inspiração para Antônio Lemos). Nesse período, por exemplo, o centro da cidade foi intensamente arborizado por mangueiras trazidas da Índia. Daí o apelido que até hoje estas árvores (já centenárias) dão à capital paraense.

Com o declínio dos dois ciclos da borracha, veio uma angustiante estagnação, da qual o Pará só saiu na década de 1960, com o desenvolvimento de atividades agrícolas no sul do Estado. A partir da década de 1960, mas principalmente na década de 1970, o crescimento foi acelerando com a exploração de minérios (principalmente na região sudeste do estado), como o ferro na Serra dos Carajás e do ouro em Serra Pelada.

Ciclo da Borracha

Primeiro ciclo

O Pará apresenta uma economia sem relevância até cerca de 1880, quando começa o Ciclo da Borracha, muitos migrantes são recebidos, principalmente do nordeste, para realizarem a extração do látex em latifúndios pertencentes à elite da capital, Belém. Durante quase quarenta anos, Belém do Pará foi a residência de barões da borracha, onde foi construída até uma réplica de Paris pelo então prefeito Antônio Lemos.

Uma reforma urbana invejável até por Rio de Janeiro e São Paulo. Na década de 1910 termina o ciclo da borracha, voltando o Pará à pobreza, passando a ser apenas um mero fornecedor de matérias-primas para o sudeste brasileiro.

Segundo ciclo

Na Segunda Guerra Mundial, pelas mãos de Getúlio Vargas, foi criado o Banco de Crédito da Borracha para incentivar a retomada da extração de látex para a exportação, com a demanda dos Estados Unidos, o que ficou conhecido como o Segundo Ciclo da Borracha. Na mesma época, o governo estadunidense, interessado na localização estratégica de Belém, implanta importantes obras na capital, como o aeroporto, a vila militar e o Grande Hotel.

Porém o segundo ciclo não tarda a findar com a rendição do Japão, cessam os interesses militares dos Estados Unidos, são liberadas as colónias produtoras de borracha na Ásia, perdendo novamente a preferência pela borracha amazônica, sendo o Pará renegado outra vez à pobreza. Intensifica-se o papel de fornecedor de matéria-primas para a crescente indústria do sudeste.

A colonização do sudeste paraense e a Mineração em Carajás

Já nos governos militares, criou-se uma concepção que a Amazônia possuia um sólo extremamente fértil (tese rechaçada recentemente), sendo um vazio demográfico que deveria ser devastado e populado para ser o celeiro agrícola da nação, para garantir a posse das terras ao Brasil e para amenizar conflitos por terras em outras regiões, com o lema Terras sem homens para homens sem terra.

Paralelamente, foram realizadas prospecções minerais no Sudeste do Pará (região que tem Marabá como cidade-pólo), responsáveis por descobrirem as Reservas de Carajás: gigantescas reservas mineralógicas que deveriam ser exploradas.

Foi-se realizado um grande plano de colonização das terras que margeavam as estradas, na linha entre Belém e Brasília (Sudeste do Pará), onde foram implantadas agrovilas e rurópoles, muitos migrantes foram atraídos, principalmente do Nordeste e do Sul do Brasil, porém fracassaram os planos de assentamento.

Os colonos abandonaram seus lotes e mudaram-se para as maiores cidades do Sudeste Paraense, ocasionando inchaço, houve grilagem de terras, constituição de latifúndios, devastação, desterritorialização de populações tradicionais, corrida pelo ouro em Serra Pelada e a distância do estado.

Um clima extremamente propício para que o Sudeste Paraense tornasse-se um local desflorestado, dominado por uma elite agrária, muito produtivo (de bens primários) e principalmente extremamente violento. Antes dos planos de colonização, o Pará tinha cerca de 80 municípios, agora são 143 municípios, quase todos criados no Sudeste do estado.

A construção na Hidrelétrica de Tucuruí é a maior hidrelétrica 100% brasileira e faz parte do plano de crescimento econômico da região: foi inaugurada pelo presidente João Figueiredo, servindo principalmente como fornecedora de energia a baixo custo para os grandes projetos minerais e secundariamente para a população comum do estado.