Ubá é um município brasileiro do estado de Minas Gerais conhecido como “Cidade carinho” e é considerado o pólo moveleiro do estado.
Não há consenso sobre a origem do nome da cidade. Na língua Tupi-Guarani, Ubá significa “canoa de uma só peça escavada em tronco de árvore”. Porém, acredita-se que o nome da cidade é proveniente de uma gramínea (Gynerium sagittatum) comumente chamada de Ubá e que existia em abundância nas margens do ribeirão que corta a cidade.
O município teve seu crescimento dentro de um vale e possui apenas 5% da sua área plana, sendo 55% ondulada e 40% montanhosa. A altitude varia entre 295 metros (Foz Córrego São Pedro) e 875 metros (Serra do Sacramento). Seu clima tropical apresenta chuvas durante o verão e temperaturas médias anuais entre 18,2°C e 31°C. É considerada a cidade mais quente da Zona da Mata Mineira, podendo chegar facilmente aos 40°C entre novembro e fevereiro.
Possui uma das maiores densidades demográfica da zona da mata e que pode ser facilmente visível nas regiões central, noroeste, leste e sudeste da cidade, onde se concentram os bairros mais populosos. A cidade possui mais de cem bairros em uma área urbana superior a trinta quilômetros quadrados, figurando entre as maiores do estado.
A cidade tem três distritos: Diamante de Ubá, Ubari e Miragaia, que pouco contribuem para a sua população total. Cerca de 95% da população se concentra na zona urbana e apenas 5% na zona rural.
A maior parte do município encontra-se inserida na bacia do rio Paraíba do Sul e uma pequena porção na bacia do Rio Doce. A sede municipal dista, por rodovia, 290,88 km da capital Belo Horizonte, 284,31 km da cidade do Rio de Janeiro e 580 km da cidade de São Paulo.
Ubá é o segundo centro industrial da Zona da Mata, atrás de Juiz de Fora. A cidade possui pouco mais de 1000 estabelecimentos industriais de grande, médio e pequeno porte. Boa parte do PIB é representada pelo setor de serviços, mas a indústria desempenha o papel mais importante na economia do município, principalmente na fabricação de móveis e nas indústrias de vestuário e calçados.
A cidade é o maior pólo moveleiro do estado de Minas e o segundo do país, além de se firmar também como pólo regional de confecção. A cidade sedia uma das principais feiras de móveis do país, a FEMUR, e o Arranjo Produtivo Local (APL) do segmento moveleiro é referência nacional em organização e desenvolvimento.
Possui ainda APL’s nos setores de confecções, no setor turístico e de fruticultura. Na agropecuária destacam-se a produção de cana-de-açúcar e a criação de galináceos.[5]
A cidade conta com um importante centro comercial e prestador de serviços que não se restringe somente à sua microrregião, o que o faz atuar também nas microrregiões limítrofes de Viçosa e Cataguases. Atualmente se destaca a nível comercial na cidade, as lojas de móveis, de eletro-eletrônicos, de vestuários, de calçados, armarinhos e papelarias.
No setor de serviços a cidade possui uma grande oferta de lanchonetes, bares e restaurantes, havendo ultimamente uma expansão dos serviços hoteleiros. A característica principal do comércio e prestação de serviços local é não se limitar apenas à região central da cidade, mas estar presente por quase toda a sua totalidade urbana.
A cidade apresenta poucos recursos em termos de comunicação em massa. Conta com cinco emissoras de rádio e uma emissora de televisão (VHF). Porém, há um bom número de pequenos jornais editados semanalmente, além de revistas mensais.
A cidade possui um importante papel na segurança pública na Zona da Mata, pelo fato de sediar o 21º Batalhão da Polícia Militar, intitulado “Guardião da Zona da Mata”. O batalhão é responsável pela segurança dos municípios situados nas microrregiões de Ubá e Viçosa. Pela existência do batalhão, a cidade possui companhias da polícia ambiental e rodoviária, além de sediar a 3ª Companhia de Bombeiro Militar do 4° Batalhão de Bombeiro Militar (sede em Juiz de Fora). A cidade conta também com uma Delegacia Regional de Segurança Pública.
Por estar localizada no centro da Zona da Mata Mineira, a cidade era chamada de “cidade dos viajantes”, onde estes se reuniam e dela se locomoviam para as outras cidades da região. Em decorrência deste fato, a cidade acabou por concentrar orgãos públicos estaduais e federais, representando assim tanto a sua microrregião, assim como as microrregiões de Viçosa, Cataguases e Muriaé. Dentre vários orgãos públicos sediados na cidade, merece destaque o IEF (Instituto Estadual de Florestas) que mantém a sede regional da zona da mata em Ubá, assim como outros orgãos interligados e de apoio, como o COPAM (Conselho Estadual de Política Ambiental); o SEMAD (Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável); e o IGAM (Instiuto Mineiro de Gestão das Águas).
As principais rodovias que cortam o município são a BR-265 e a MG-447. A cidade possui um anel viário e conta com um aeroporto que passa por expansão, como meio de implemento aéreo subregional e fortalecimento do pólo moveleiro.
O pólo moveleiro de Ubá, juntamente com outras oito cidades vizinhas (Guiricema, Guidoval, Piraúba, Rio Pomba, Rodeiro, São Geraldo, Tocantins e Visconde do Rio Branco), é considerado o principal de Minas Gerais. O pólo formado, em sua maioria, por micro e pequenas indústrias faz do setor a principal atividade econômica da região e o mais importante arrecadador de impostos. Cerca de 20 mil empregos diretos e indiretos são gerados em aproximadamente 400 empresas que fazem parte do pólo, porém o número de empresas do setor somente na cidade é superior a 500 empresas.
As indústrias moveleiras tiveram seu começo há mais de oito décadas. O Pólo Moveleiro começou com pequenas marcenarias que tiveram a iniciativa de fabricar móveis para suprir as necessidades do lar. Após a Segunda Guerra Mundial, João Rosignoli, instalou sua marcenaria no Lavapés. A primeira fábrica a operar em Ubá foi dos Irmãos Trevizano, progredindo e afamando-se na fabricação de móveis no rebuscado estilo chippendale[6], e a primeira a produzir em série foi de José Francisco Parma que fabricava armários, guarda roupas, sofás e esquadrias.[7]
A madeira utilizada na fabricação de alguns móveis, era extraídas dos caixotes que vinham embalando mercadorias para o Armarinho Santo Antônio. Após José Francisco Parma abrir a primeira fábrica, a segunda foi de Edgar e Edwar Cruz que juntaram com Luizinho Parma e criaram a firma Parma e Cruz. O terceiro foi Maurício Singulane. José Francisco Parma incentivou seus amigos e parentes para também fabricarem móveis. Associou-se a Agostinho Sales Amato e Louro Parma, surgindo, desta união, a firma J. Parma e Cia.
Em 1962, Otoci Vilela Eiras comprou no Rio de Janeiro um armário de aço. Ao chegar com o ele em sua residência, ficou perplexo com a utilização do aço em móveis. Desmontou-o e tornou a soldá-lo, surgindo assim a primeira fábrica de móveis de aço de Ubá. Em 1964, Carlos Costa Coelho vendeu-a para Lincoln Rodrigues Costa, que na época fabricava macarrão, passando então a fabricar móveis de aço, surgindo assim a Itatiaia Móveis de Aço S.A.
Em 1967, o jovem João Batista Flores convidou seu amigo Clóvis Serrano de Oliveira e montaram a Indústria de Móveis Apolo. A partir daí as fábricas foram crescendo realizando a grande visão de seu idealizador José Francisco Parma.
A cidade acabou se firmando também como um centro universitário, que se encontra em pleno crescimento.
Dentre as instituições superiores que se encontram na cidade, se destacam o segundo campus da UNIPAC (Universidade Presidente Antônio Carlos) que possui 3 faculdades na cidade: Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais de Ubá (FADI), responsável pelo curso de Direito; Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ubá (FAFIU), responsável por 4 cursos, e a Faculdade Regional de Ubá, responsável por 10 cursos. A instituição conta atualmente com 15 cursos de graduação.
Outra Instituição de atuação na cidade é a UEMG (Universidade do Estado de Minas Gerais) que conta com 3 cursos de graduação, tendo como característica principal o curso de design de produto (único no interior do estado) devido à demanda do pólo moveleiro local.
Por fim, a cidade possui a FAGOC (Faculdade Ubaense Ozanam Coelho) que conta atualmente com 5 cursos de graduação, além de 11 cursos de pós-graduação lato sensu. No total a cidade possui 22 cursos de graduação, número que deve aumentar em mais 2 cursos até 2009. A cidade também possui outros cursos de especialização, que se encontram em fase de expansão, além de cursos técnicos.
Em meio à grande variedades de mangas existentes, uma delas é conhecida como Manga Ubá. Da família das Anacardiaceae, a espécie Mangifera indica L. cresce em abundância dentro da cidade e nos arredores, presente nos quintais das casas e na margem das rodovias. A Manga Ubá é dos mais antigos e espontâneos ícones da cidade. O saboroso fruto identifica Ubá como também a cidade identifica a manga. E não há ubaense que não se orgulhe disso.
Certamente não é bela como a Manga Rosa ou Tommy, tem um aspecto escurecido quando muito madura, mas é das mais doces e saborosas. Além de ser muito apreciada in natura, a manga é utilizada como ingrediente em muitas receitas de doces caseiros e industrializados.
Em 13 de dezembro de 2003, por meio do decreto número 4.258, o fruto foi oficialmente declarado “Patrimônio Natural de Ubá” e a “Mangada de Manga Ubá”, registrada como “Patrimônio Imaterial do Município”.
Leia mais sobre a Manga Ubá no site da Prefeitura de Ubá
É paradoxal, mas não se tem notícias da existência de tribos indígenas vivendo nesta região decorridos 100 anos do descobrimento do Brasil. Histórias mais vivas, todavia, levam-nos a acreditar que, no final do século XVII, Capuchinhos Franceses ocupavam nove missões indígenas nos distritos dos índios Coroados, Coropós e Puris, dispostas desde a Serra do Geraldo até o Porto dos Diamantes. Os Capuchinhos, porém, foram expulsos do Brasil em 1617.
Versões diversas dizem que os jesuítas, a partir daquela data, tomaram para si tais missões e prosseguiram, com métodos mais brandos e suaves, à catequização dos Silvícolas. É quase forçoso apreender tal variante ou mesmo seguir a narrativa “sinuosa” de que os Tamoios, imensa e poderosa família indígena, predominante em parte do Litoral Brasileiro, perseguindo sistematicamente outras tribos nativas, fizeram-nas debandar a esta parte.
As várias tentativas dos portugueses na colonização dos Coroados, Coropós, Puris e Botocudos, habitantes das matas da região, terminavam sempre em sangrentas batalhas entre os verdadeiros donos da terra e os invasores brancos. Nos confrontos, utilizando flechas e machados contra armas de fogo, os índios eram gradativamente massacrados ou tornados prisioneiros para o trabalho escravo, principalmente em se tratando de jovens e mulheres.
As fortes pressões internacionais contra o genocídio convenceram o Rei de Portugal a determinar que o Governador Luís Diogo Lobo da Silva organizasse uma expedição na tentativa da aproximação amistosa com os índios. Dessa tarefa difícil participaria aquele que conhecia as trilhas das matas, os costumes indígenas, e tinha familiariedade com eles: Capitão Francisco Pires de Farinho, que seria um guia especial com função de comando. O desafio maior, porém, caberia a um vigário formado no Seminário de Mariana em 1757, padre Manoel de Jesus Maria, filho de um português com uma escrava índia, sua função seria catequizar os silvícolas.
A expedição de aldeamento chegou às margens do Rio Pomba em 25 de dezembro de 1767 e fixou-se no local onde seria erguida a igreja dedicada ao mártir São Manoel. Entre os anos de 1780 a 1790, padre Manoel chegou ao Rio Ubá, onde viviam os índios Coroados, que usavam uma espécie de gramínea, a cana U-Uva, para fazer suas flechas. Por evolução lingüistica, U-Uva tornou-se Ubá. Nestas imediações Padre Manoel construiu uma capela que, mais tarde, após reconstruída por Antônio Januário Carneiro, recebeu o nome de São Januário, porque era o santo do dia do seu nascimento, acontecido em 19 de setembro de 1879.
O povoado surgiu na antiga Rua de Trás, hoje denominada Rua Santa Cruz, em 3 de novembro de 1815; em 7 de setembro de 1841, recebeu a denominação de “Capela de São Januário de Ubá”. A Lei Provincial nº 854, de 17 de junho de 1853, tornou-a “Vila de São Januário de Ubá”. A Lei nº 806, de 3 de julho de 1857, deu-lhe a categoria de cidade, com a atual denominação: UBÁ.
A Comarca de Ubá foi criada pela Lei Provincial nº 11, de novembro de 1892. Instalada am 23 de março de 1892.
No idioma Tupi-Guarani, “ubá” traduze-se por “canoa” construida inteiramente de um só lenho ou de uma casca inteiriça de árvore.
Planta herbácea, com que se fazem balaios, gaiolas e objetos similares. Espécie de gramínea; candiubá.
Vegetal, hoje em extinção, inteiramente desconhecido dos jovens ubaenses, mas esplendorosamente “abundante”, outrora, às margens do Ribeirão que corta a cidade: espraiava-se desde Miragáia até juntar-se ao Rio Chopotó, que banha a vizinha e hospitaleira sede do município de Guidoval, à época, denominada Arraial do Sant’Ana do Sapé.
Antônio Januário Carneiro nasceu em Presidente Bernardes. Seguindo os impulsos de sua época, dedicou-se ao comércio. Comprando e vendendo produtos agrícolas da região conseguiu estabelecer-se como abastato proprietário rural sendo sua a iniciativa de doar terras para fundar o povoado que seria mais tarde a cidade de Ubá. Por mais uma inciativa de Antonio Januário Carneiro foi oficializada em 3 de novembro de 1815 fato este intermediado por Guido Marlière. Em sua Fazenda Boa Vista, hoje Fazenda Boa Esperança, Antônio Januário montou toda a infra-estrutura necessária à construção da capela de São Januário, trazendo operários especializados de Presidente Bernardes e Piranga. Antes da construção da Capela, os operários construiram suas próprias casas próximas ao local onde a igreja seria construída. Essas casas foram construídas onde hoje situa-se a Rua Santa Cruz, antigamente chamada de Rua de Trás, por estar situada atrás da igreja. Antônio Januário Carneiro morreu antes de terminar a construção da igreja que foi terminada tempos depois por seu filho Antônio Januário Carneiro Filho.
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